segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Apogēu. Apógeios.

Deleuze defendia que o verdadeiro charme capta-se na demência. Que todos nós somos meio dementes. 

Tudo está escuro.

Na mente dela o vento sopra forte, solta-lhe o cabelo, força-a a fechar os olhos; mas ela não se sente obrigada. O cinzento nevoento do céu e do ar funde-se com o verde escuro daquele ambiente cru, despido de encantamentos artificiais. Anastasia senta-se no chão, põe as mãos à cabeça, auxilia o mundo que naquele momento, naquele preciso momento, apenas tem em si a tarefa de a despentear, desarrumar, descontrolar, enfurecer, fazê-la estremecer de, ah p’ra quê justificar. 

Aquilo era tudo o que ela sempre quis. 

Deixando-se levar, não sabe do tempo, do dia, do ano, do século. Nem quer saber. Para ela existe o que está ali, o que ela sente, toca, vive, experiencia com o coração que bate aceleradamente e a adrenalina que não a consome. Alimenta. Está sozinha mas nunca se sentiu tão acompanhada. Quem a conhecia melhor que ninguém não a conhecia o suficiente. Jamais. Sinais de satisfação, mais do que contentamento, êxtase; menos do que dor, desprezo; tanto quanto medo, coragem — criava-se a fusão. 

Que a deixava no topo. 

No topo da base de si.

No seu carpe diem obscuro. O auge. 

Apogēu. Apógeios.

domingo, 15 de novembro de 2015

This is War

If we don't end war, war will end us. 
- H. G. Wells
This is a song about peace. 

Inventam-se mil e uma formas de lutar. Arremessam-se pedras, empurram-se desculpas, lançam-se palavras. Encontram-se razões que não se encontram, disparam-se armas - visíveis e invisíveis - que se tivessem vida desejariam morrer ao invés de cumprir o seu propósito. Quantifica-se e qualifica-se dinheiro e estatuto, veneram-se recursos que não servem de nada se não houver vida. 
E adivinhe-se: 
vamos todos morrer. 
Quem sofre e morre aos poucos ou de repente, quem vive "no topo", quem vive "na base", os mundialmente conhecidos, os nobremente desconhecidos, os gentis e os egoístas, os inocentes e os culpados, as vítimas, os atacantes, os cordeiros, os animais desumanos. 
Todos. 
E estas lutas, guerras injustas,inglórias,sanguinárias terão sido todas em vão. Sejam as lutas e guerras (in)fundamentadas ou não fundamentadas, físicas ou psicológicas, públicas ou íntimas, entre nações ou ideologias, entre raças ou etnias, entre pretos e pretos, brancos e brancos, amarelos e amarelos, azuis e azuis, verdes e verdes, pretos e brancos, amarelos e azuis, verdes e vermelhos, cabeludos e carecas, com o Presidente da República, o Rei ou o Primeiro Ministro, com o vizinho do lado ou com o amor da tua vida.
Tudo. Em. Vão.
Porque ou acabamos com a guerra ou a guerra acaba connosco. 
Ou acabamos com a guerra que começámos ou acabamos com nós mesmos. 
No fundo, somos todos suicidas.
Sim, vamos todos morrer. E ainda entornamos lixívia na ferida, esfregamos, teimamos em comer comida apetitosa envenenada e aceleramos o processo. 
Somos todos suicidas quando teimamos em pôr o conflito e o orgulho, a "lei do mais forte" num pedestal e enfiar o amor num buraco. Seja em que situação for. Seja com quem for. E isso inclui nós mesmos.

If we don't end war, war will end us. 
- H. G. Wells
This is a song about peace.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Reborn again

I want to be reborn again. Not just in the cliché form but truly reborn. Reborn again. I want to have all my sleeping schedules organized again, I want to lay down with a clean, clear mind, I want to live the perfect love story with myself, I just... Want to be reborn. Close my eyes, fall asleep with a smile and not have to worry about anything else. Why do we have to spend all of our lives doing what will supposedly add up us more - more intelligence, more knowledge, more beauty, more wisdom, more freedom, more power to choose, more... Everything? - and be all stressed out about it, instead of just... I don't know, do not feel the pressure? I don't want to feel the pressure. Am I weak because of that? Okay, whatever. But... Not feeling the pressure only makes us less heavier, happier, stronger. And I want to feel lighter; to be stronger again. I just want... To be happy. 
I want to be reborn again. Not just in the cliché form but truly reborn. Reborn again. I want to have all my sleeping schedules organized again, I want to lay down with a clean, clear mind, I want to live the perfect love story with myself, I just... 

Eu sou

Eu sou alguém que se apaixona por uma canção e a repete vezes sem conta por dias. Eu sou alguém que chora quando acaba de ler um livro que a faz querer mais. Daquela história, daquelas personagens, daqueles sítios, da vida. Da vida em si.

Eu sou alguém que cria uma empatia imediata com outro alguém e sonha com ele. E vê nisso algo especial.

Eu sou alguém que vive tudo a fundo. Atraída pelo profundo.
Não me satisfaço com menos, não sei querer, não sei ter menos. Eu quero mais.
Quero alguém que também queira ir ao fundo de mim.

Eu sou alguém que fica horas e horas acordada às tantas da madrugada só porque não se sente satisfeita com o que sente. Não se sente completa, repleta, saciada, não lhe chega, falta qualquer coisa. Falta sempre qualquer coisa.

Eu sou alguém que vê e revê o mesmo filme e se deixa envolver como se fosse a primeira vez.

Eu sou alguém que se deixa envolver.
Eu sou alguém.

Eu apaixono-me, eu vivo, eu caio, eu sofro, eu prossigo, não desisto, insisto no que... De alguma forma se torna parte de mim mesma sem o saber.

Eu amo.

Eu sou alguém que vive tudo a fundo. Atraída pelo profundo.
Não me satisfaço com menos, não sei querer, não sei ter menos. Eu quero mais.
Quero alguém que também queira ir ao fundo de mim.

domingo, 1 de novembro de 2015

As pausas também são música. 
Esta é a sua pausa. A sua pausa, na sua música. Esta é a sua pausa no deixar-se enfeitiçar. No deixar-se admirar, apaixonar, engraçar, devanear, simpatizar profunda e eternamente com quem o olhar se cruza por acaso, sem razão, sem justificação que lhe dê sequer motivos para alimentar o que quer que seja. Esta é a sua pausa. A sua pausa, na sua música. A sua pausa no olhar mais do que uma vez para ver se a magia se dá, no criar uma ligação imaginária que não existe por só existir num lado, a sua pausa no pensar que o momento é agora. Esta é a sua pausa. Tem de ser a sua pausa. Porque parar é o seu sinal de sensatez. De que ainda tem controlo. De que o coração manda mas a cabeça também pensa. 
Apenas uma pausa, 
uma simples pausa. 
Para não tocar a nota no momento errado. 
Para não preencher um silêncio necessário. 
Para não estragar a melodia que toca. 
Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio. Clarice Lispector


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Estação terminal

Querida, esta é a estação terminal. Deixa ir, deixa ser. Aproveita, minha querida. 
Quem é ele? Quem é ele que permite que as tuas lágrimas não sejam apenas consequências dos sorrisos e risos que salientam esse brilho lindo que tens? 
Não precisas responder. 
Querida, este é o fim da linha. Para ele. Aproveita, deixa ir, deixa ser. 
Sai do metro, sai da estação, ergue a cabeça, caminha com a postura de quem tem valor e com a leveza de quem sabe que virá melhor. 
Esta é a estação terminal. O fim de mais um dia. Mas nem sempre o fim é a queda do abismo ou o entrar num túnel de solidão. Na verdade, o fim é quase sempre mais. Quase sempre algo muito mais e valioso do que isso. 
Para ti este é apenas o início.
Deixa ir. Deixa ser. 
Aproveita.

 
Lhe peço que tenha a coragem de confiar
Em sua criação

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Acorda-me, deixa-me que te acorde

Se alguma vez pensar em desistir, acorda-me. Se alguma vez eu pensar em desistir de tudo por ti, acorda-me, por favor. Porque eu jamais serei capaz de amar alguém se não me amar a mim. E eu não me amarei a mim se desistir. 
...Se alguma vez sequer pensar em desistir... 
...Acorda-me, abana-me, sacode-me o fundo da alma.  

Se alguma vez pensares em desistir, deixa-me que te acorde. Se alguma vez pensares em desistir de tudo por mim, deixa-me que te acorde, por favor. Porque tu não serás tu se desistires. E o amor que sentes não será o mesmo... 
...Se alguma vez sequer pensares em desistir...
...Deixa-me que te acorde, que te abane, que te sacuda o fundo da alma. 

Porque nós somos quem somos, 
quem somos desde sempre, 
quem aspiramos ser, 
quem viremos a ser.

Porque depender é não viver,
não pensar, não ser, não estar.
Não existir. 
Depender é não acreditar.

E se nós não acreditamos, já deixámos de nos amar. 

Eu não quero deixar de me amar. Não quero deixar de te amar. Não quero deixar de nos amar.
Então, por favor... Se alguma vez pensar em desistir, acorda-me. Se alguma vez pensares em desistir, deixa-me que te acorde.

Acorda-me, abana-me, sacode-me,
deixa-me que te acorde, que te abane, que te sacuda
o fundo da alma.

Celebra a diferença, abraça a mudança

Na cidade tudo é diferente. Há todo um novo ritmo, uma nova pulsação. Os dias, as horas, os minutos, os segundos, os milésimos de segundos, tudo conta. Um dia nunca é apenas um dia, as pessoas nunca se ficam pelas mesmas. Na cidade há sempre luz mesmo quando é noite. Há sempre algo para fazer, algo para aprender, algo para melhorar. Há sempre mais uma rua para descobrir, uma avenida para conhecer, um sítio para explorar. Fora... E dentro de nós.
A rotina nunca será rotineira, o prazer nunca será momentâneo, o rio nunca será apenas um rio. Pelo menos para mim que agora olha para um rio como quem sabe que existe o mar. Uma experiência nunca será vazia, nunca será apenas as viagens de metro ou de comboio, nunca será apenas correr para apanhar o semáforo verde. Na cidade... Há toda uma outra vida. Uma série de vidas. 
Já não sou quem há um mês era, quem há um dia fui. Já não me prendo à comodidade, já não me fico por aqui. Já não sou quem há um mês era, quem há um dia fui. Impossível. Mas ainda assim posso fechar os olhos e saber que eu ainda sou eu. Continuo a ser eu. Um upgrade de mim. Um pequeno upgrade. Por enquanto...
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda
[que tenha razão.
Fernando Pessoa

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Jamais

Como te posso conhecer, se só te vejo? Se só te vejo a cor, se só te sinto o cheiro, se tudo o que de mais íntimo tenho acesso em ti é o sabor? Como te posso eu conhecer, então? Se tudo o que tenho de ti é a imagem que me transmites, com a qual me envolves, com a qual me prendes? Quero mais. Preciso de mais. Nunca me irei contentar com menos. Com tão pouco. Quero mais do que os jogos de reflexos e sombras, esse puzzle cujas peças transmitem apenas a imagem do que somos, do que supostamente somos. Quero conhecer todos os teus sentidos com todos os meus sentidos. Todos os nossos sentidos. Os metafísicos, os transcendentais, sobrenaturais. Quero mais do que aquilo que me dá a carne. Preciso de mais. Jamais me contentarei com menos. Jamais me contentarei com menos do que ter-te por inteiro.
Jamais.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Abraçar-te

Abraçar-te é abraçar um passado de mil memórias. Bom, mil e mais algumas. Abraçar-te é nunca ter deixado de te abraçar. É sentir a mesma segurança, o mesmo cheiro, o mesmo carinho. E agora, uma certa nostalgia, até. Certa, sem dúvida. Abraçar-te é custar deixar-te, deixar de revirver-te, de reviver-me e de reviver-te mais um pouco. Abraçar-te... É saber que acabou mas permaneceu. Saber que o tempo cura tudo e cura bem, porque estou curada... Mas não leva o que é bom. Tão bom. 
Abraçar-te é saber que também me revives. E que me revives tão bem! É saber que me tens no coração tanto como te tenho no meu. Abraçar-te é não conseguir prometer que te deixarei ir. Porque estarás sempre presente. Leve-nos a vida para onde nos levar. Estarás sempre aqui. E eu estarei sempre aqui para ti. Aqui.

sábado, 5 de setembro de 2015

Quero gritar-te

1. Quero estar sozinha não o querendo estar. Quero perder-me em ti sem não me querer encontrar. Quero controlar a minha ira sem ter de me rebaixar. Quero. Quero algo que não sabe o que quer. 

2. Quero gritar-te que sei que te magoaste e, na dor, me colocaste de lado. Quero gritar-te que não confiaste em mim. Mas... Teria eu esse direito sabendo que muito provavelmente eu própria não seria capaz de confiar em ti se me magoasse da mesma forma? Quero gritar-te que me magoaste ao te deixares magoar. Que sofri contigo, que chorei contigo, que te amei a fundo. Mesmo sem saberes! E sem nunca vires a saber. 

3. Quero gritar-te. Quero gritar o teu nome. Quero gritar a minha frustração por me sentir frustrada! Não confiaste em mim! Não confiaste em mim e já não me interessa se também eu não confiaria em ti, porque tu és tu e eu sou eu e não somos a mesma pessoa! Nunca o fomos! Em momento algum. Quero gritar-te que me mentiste e mentes continuamente ao me omitires a dor que sentiste ou sentes, quero gritar-te que me estás a enganar ao fingires que está tudo bem! Quando não está! Não está. Porque não poderia estar. Não depois de todo o muito tempo que ainda não passou... 

4. Quero abrir-me contigo como nunca te abriste comigo quando mais pensei que o farias. E gostaria de poder fazê-lo. Mas não posso. E vou carregar isto comigo para sempre. Vou carregar comigo para sempre aquilo que para sempre também vais carregar. De maneira diferente. Mas vou. Porque ao amar-te, decidi que o faria. Decidi que te viveria. Que viveria contigo. Mesmo quando não o quisesses. 

5. E desculpa. Desculpa que entenda e não entenda. Desculpa que me magoe. Desculpa que me faça confusão. Desculpa. Mas quem sabe, sofre. E eu sei. Mesmo que não saibas que eu o sei. Eu sei. 

1. Quero estar sozinha não o querendo estar. Quero perder-me em ti sem não me querer encontrar. Quero controlar a minha ira sem ter de me rebaixar. Quero. Quero algo que não sabe o que quer. 


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sabes?

Ensina-me, porque não sei. Não sei como lá chegar. Sabes? Consigo ser bem fraca às vezes. Acho que só tu é que não notas ou... Notas e ainda assim gostas, o que me surpreende por completo. Que admires as minhas fraquezas tanto quanto as minhas qualidades. Mesmo quando tento escondê-las de ti. De toda a gente. Sinto-me frágil. Mas sei que não o sou. Não o sou. E tu sabe-lo também. Por alguma razão, consigo chegar-te ao coração. Talvez porque te amo e o amor é transcendente. Universal. Único. Simples. Intenso. Natural. Puro. Eterno, um ciclo sem fim. Sei; perdi-me em adjetivos que nunca são suficientes. Acontece-me sempre. Acontece-me tanto nisto como em tantas outras coisas. Perco-me, fico pelo caminho, a meio caminho, não dou os nós nas pontas como deve ser, aquilo desenrola-se e nunca se conclui, não se completa, não sara. Por favor, não me deixes ficar pelo caminho. Não desistas. Fica comigo. Não quero que a minha vida seja só mais uma igual a muitas. Tenhoreceio,tenhomedo,tenhopavor. De ficar pelo caminho para sempre. Ensina-me, porque não sei. Não sei como lá chegar. 
Sabes? 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ela

Ela perdeu tudo o que tinha. Perdeu a cor, perdeu o sabor, perdeu o valor. Deixou-se levar pelas tempestades, pelos bons ventos que se revelaram doentios, pelo cheiro a flores engarrafado. Ela perdeu tudo o que tinha. Perdeu o amor por si mesma, o amor pelos outros, o amor puro. Tudo se tornou breve. Instantâneo. Vazio. Dentro dela viviam apenas histórias que poderiam ter sido, medos que se revelaram e pedaços de homens que não mostraram ser nada mais do que isso: pedaços.
Ela percorria as ruas sem nada ver, à procura do que já não era viver. Ela perdeu tudo o que tinha; perdeu tudo o que era. E a vida que outrora se apresentara perfeita, era tão perfeita como um castelo no ar. Frágil, inalcançável e imaginária. Cada carro que abrandava era uma hipótese de sucesso mas nunca passava disso. Felizmente! Conseguiria ela perceber um dia que o desespero estampado na face dela e, ainda mais, na sua alma, não se dissolveria com um pedaço de carne! Conseguiria ela perceber...
Os sons e os tons da noite intensificavam tudo. Ela continuava às voltas, perdida, adormecida pelos sentidos que lhe confundiam o espírito. Até que parou. Sentou-se e pensou. Mesmo que nunca mais te tenha. Mesmo que nunca mais te queira. Mesmo que nunca mais te veja. Preciso de te deixar ir. Não aguento. Estou cansada. Preciso de mim, preciso de me ter outra vez. Fechou os olhos por volta de meia hora. Respirou fundo.
Percebeu que nunca é tarde... Não para voltar atrás, mas para começar de novo. Limpou as lágrimas que lhe haviam escorrido no rosto.

E acordou.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lê-me

Só te peço que me leias.
Só te peço que me leias como quem lê Fernando Pessoa no sofá de um centro comercial. E acredita, sei que isso é possível, porque o vejo a acontecer mesmo aqui à minha frente enquanto me sento num sofá semelhante em feitio, igual em utilidade: três pessoas brasileiras - duas mulheres e um homem - com idades já sábias que leem Fernando Pessoa no meio do rebuliço, como quem encontra e aprecia profundamente a brisa no meio do deserto.
Só te peço que me leias.
Quero que me leias.
Quero que me leias como quem lê verdadeiramente Fernando Pessoa num centro comercial:
alheio ao barulho, alheio às lojas, alheio às secções das unhas de gel e outras atividades estéticas que chamam tanto a atenção.
Que me leias:
com vontade, com desejo, com respeito, com "jeitinho";
Só te peço que me leias com atenção.
Com olhos de ler, com olhos de compreender, de entender, de mergulhar, de procurar. De... descobrir.
Só te peço que me leias.
Só quero que me leias.
Como quem lê Fernando Pessoa num centro comercial.

P.S. prometo ler-te assim também se me deixares. amarei ler-te.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

E viva a ironia

Atirem pedras! Atirem ao mar! Atirem ao ar! Atirem sem pensar! Deixem-se envolver pelos furacões e tornados para mais tarde perceber que a calmaria era tudo o que importava realmente! Deitem cá para fora. Deem importância ao que nada importa, troquem a paz de uma vida eterna pelo prazer de um momento de orgulho. Deixem-se levar pela autoridade, o rei na barriga que grita "eu posso, quero e mando!". Deixem. Deitem. Atirem.
Cansem o espírito. 
Cansem o corpo.
Mas deixem-me.
Deixem-me descobrir quem sou. Deixem-me saber quem sou. Deixem-me amar quem sou. 
Deixem-me fora disso. Deixem-me descansar.
Porque com o tempo me tornarei mais forte. 
Porque sei o que quero. Sei para onde quero ir. Sei onde quero chegar.
E sei que serei feliz no meio desta corda bamba que é a vida.

Continuem a dar valor ao que nada importa. 
Só... Continuem. 

E viva a ironia.

domingo, 12 de julho de 2015

Percorro

Percorro estes caminhos
Sem destino
Sem medo do que possa encontrar
Porque em mim
Se encontram todos os caminhos do mundo
Mais aqueles com que aprendo a lidar
Em mim
Encontram-se todos os puzzles
De um mundo
Que só se encontra em mim
Percorro
Percorro estes caminhos sem destino
E encontro
Encontro sem medos
Aquilo que sempre se pôde encontrar em mim
Porque em mim
Todos os enredos de um mundo se encontram

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Renascer

Mergulho fundo. Entre suster e não suster a respiração, luto para perder os sentidos que me mantêm desperta. Alerta. Não me quero importar. Quero fechar os olhos e sentir a água percorrer-me o corpo, massajar em mim todos os pontos fracos, pontos fortes, atenuar em mim todas as sensações.
Quero escapar. Escapar de algo que não tem escape, escapar de algo do qual não quero ter de escapar sem retorno. Quero viver sem sentir o que sente quem não quer sentir.
Mergulho fundo. Deixo ter em mim todos os sonhos do mundo. Quero ter em mim todos os sonhos do mundo sem me comprometer. Mergulho fundo. Respiro fundo e deixo a água invadir-me por completo os pulmões do submundo. Deixo-me afogar. Morro. E assim volto a viver. 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sim, eu sou

Sim, sou uma romântica incurável. E qual é o problema? Isso não faz de mim uma pessoa "boba", "parva" ou "ultrapassada". Sim, eu acredito num amor intenso, cativante, gradual e duradouro. Num amor forte, que resiste, persiste, não desiste. Sim, sou uma romântica incurável. E não me quero curar. Respeito-me, aceito-me e procuro aceitar-me, conhecer-me e ultrapassar-me a cada dia. Procuro amar-me mais e mais, sempre. Procuro ser alguém que eu pudesse amar, que me desse tudo de si, como quero dar tudo de mim. Sim, sou uma romântica incurável. E daí? Desde sempre o fui, desde sempre o serei. Sim, sou pelo amor.
Pelo amor próprio, pelo amor aos nossos, pelo amor aos outros, pelo amor. Pelo amor em que tudo se encaixa, tudo se resolve. Pelo amor em que se vence qualquer coisa. Dor, preconceito, diferenças... Qualquer coisa. Em que se ama simplesmente. Mesmo quando se segue em frente.

Sim, sou uma romântica incurável. E hoje, vivo uma história de amor eterna.
Apaixono-me por mim. Continuamente. E cada vez melhor.
Até ao momento em que vivo a tal história de amor que sei que mereço.
Que todos merecemos.
Até ao momento em que seremos um só.

Sim, sou uma romântica incurável.

Sem medos.

Sem vergonhas.

domingo, 17 de maio de 2015

Memórias

Sinto-me como se tu tivesses a chave para uma fechadura que eu nem sabia que existia. Uma fechadura que precisava dessa chave específica para se revelar. Essa chave abriu e abre constantemente algo que não se explica, só se sente. Por mais palavras, números, teorias e histórias que se pudessem criar, nunca seria o suficiente. É como se tudo ganhasse vida dentro de mim, cada órgão, cada molécula. É tão... Natural, tão... Inexplicável. Mas não me importa. Porque poderia sentir isto todos os dias e não compreender, não saber como explicar. Vale completamente a pena.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Meu amor.

Meu amor. Espero que ela te ame tanto ou mais do que eu am(o)ei. E do que queria amar. Espero que ela considere o estado abençoado em que se encontra por ter a oportunidade que não tive... Realmente. Espero que ela possa conhecer e valorizar tudo o que tens para oferecer, com todos os teus medos e inseguranças, aspirações e desejos, qualidades... Porque é o "pacote completo" que faz com que sejas a pessoa especial e única que és. Espero que ela não te magoe, porque sei o quanto sabes que isso é difícil. And I've been there too. More times than I wished, maybe. Espero também que sempre te mantenhas fiel a ti mesmo, a quem tu és, sem ceder a pressões ou falsas expectativas. Espero que não receies o futuro e olhes para ele como o tempo brilhante que será e sempre com os olhos da possibilidade. Porque é agora cada vez mais óbvio para mim que tudo muda mais rápido do que eu pensei ou alguma vez desejei que mudasse. Espero que ela possa realmente aproveitar bem os momentos e as horas que tem contigo, tanto ou mais do que eu sempre procurei fazê-lo. Dizem que só se valoriza quando se perde, mas se eu alguma vez te tive, posso afirmar que dei tudo o que estava ao meu alcance e vivi-te ao meu máximo, tendo em conta a situação em que nos encontrávamos. O que, apesar de querer ter feito muito mais - como já deves saber -, me deixa mais tranquila, de certa forma.
Quero que saibas, por fim, que estou a depositar em ti uma confiança que me dilacera por dentro. O que é um pouco egoísta de dizer talvez, eu sei. Mas acredito que entendes. É que... Desculpa, mas há situações em que, por mais racionalidade que queiramos aplicar (e acredita, acho que nunca quis ser tão racional em algum outro momento da minha vida como quero agora), só o viver cura. O passar do tempo, o chorar, o procurar coisas novas, o chorar mais um pouco, o distrair com o que nos faz bem, o enfrentar e sorrir, o deitar tudo para fora quando possível. 

Mas, enfim, estou bem. Estranhamente melhor do que pensava que conseguiria estar. Confio em ti. E confio no Seu plano para mim. Que mais posso dizer?

Se há amizades que se transformam em amor, há amores que serão sempre amizade.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Criação de uma paixão interrompida

Todos nós, num momento ou outro da nossa vida, já perdemos alguém. Mais ou menos vezes, mais ou menos repentinamente do que esperávamos. Se é que alguma vez se pode esperar perder alguém, realmente. Perder implica sempre mudança. Ou, pelo menos, introspecção. Perder implica sempre um esforço físico e emocional: o conseguir adormecer calmamente, aceitar as lágrimas e trazer de volta o sorriso; o conseguir não sentir dor, tristeza ou mágoa; deitar fora a dúvida, frustração, a insegurança. Perder implica um autocontrolo que nem sempre se alcança facilmente. Mas que se alcança, se for realmente essa a nossa vontade. Perder implica aceitação. Sermos sinceros, reais com nós mesmos. Ainda que isso implique que tenhamos de "enlouquecer" um pouco. Ninguém é de ferro. E ninguém precisa de o ser.

Criação de uma paixão interrompida pretende, de certa forma, retratar (simplificadamente, claro) esse processo de perda:  1. Prelúdio – a preparação, em que as nossas inseguranças falam mais alto e quase que "prevemos" que algo não continuará perfeito; 2. Vómitos – a confusão, em que nos vemos perante a situação que temíamos e não sabemos como reagir; 3. Sonambulismo consciente – o auge do cansaço, em que desesperamos perante a dor e o futuro desconhecido e só queremos deitar tudo o que sentimos para fora; 4. Genérico da carta magoada – a espontaneidade, em que começamos a querer aceitar o acontecido e começamos a entrar na fase de "cura" e, por fim, 5. Fazer acontecer – o renascer, em que se dá o aceitar, o início da cura, do sarar da ferida.

Claro que cada pessoa é única e cada situação é diferente, logo esta é apenas uma humilde possível representação e ponto de vista. Espero que o leitor possa deixar-se invadir pelas palavras que se seguem e que possa sempre lembrar-se de que jamais estamos sozinhos. Que somos guerreiros.

The sunshine comes even when it rains,
And even through darkness the morning comes again
I guess what I’m saying is that theres always something good that you can find
And to see it if you open up your mind
The bad will come and go,
But through is all theres constant light for us to follow


Ejay Mulitalo, canção Seeking What's Good


1. Prelúdio – a preparação

3 de maio de 2015, 

O amor não pode ser roubado, forçado, arrancado de alguém. Ou ele flui, cresce, vive naturalmente sendo amor ou já deixou de o ser. Tem de ser cuidado, nutrido continuamente; com serenidade, com clareza e, principalmente, com retribuição e relação de interdependência, em que são um só em propósito e estão dispostos a dar de si para complementar o outro e vice-versa. Porque... O que é o amor, se não uma fonte de felicidade da qual querermos beber e compartilhar com quem também nos oferece a bebida?
Amar é confiar. Confiar que, por vezes, há que dar um passo em frente. Confiar no que aquela pessoa nos faz sentir. Não outra. Aquela. Porque quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, e a única inocência é não pensar... Não pensar nos contras, no que agarra, no que nos prende na corda bamba. Amar não é uma corda bamba. Por mais altos e baixos que afirmem haver (e há, com certeza!), amar é o escapar dessa corda. Ter a certeza de que, juntos, não precisamos ter receio de não saber para que lado pender. Porque vamos saber. E, por vezes, é preciso ter coragem de fazer acontecer.



2. Vómitos – a confusão

4 de maio de 2015,

Quero vomitar palavras que nem sei que existem. Quero vomitar tudo o que está dentro de mim, mas não sei o que é. Para mim, é tudo uma incógnita.



3. Sonambulismo consciente – o auge do cansaço

4 de maio de 2015, 

Procuro desprender-me de ti como quem corta uma árvore sem arrancar a raiz. Prende-me a esperança, corta-me por dentro o saber que não fui o suficiente para ti. Que talvez nunca serei o suficiente. Prendem-me as memórias, as palavras, as emoções, os sentimentos. Mas cortam-me as incertezas, as inseguranças de não ter surtido o mesmo efeito em ti. Dentro de mim, sinto um remoer de conflitos que não sei como extinguir; uma ansiedade que me consome sem nunca me consumir. Porque ainda estás aqui, porque ainda não te perdi. Mas pergunto-me repetidamente se alguma vez sequer te tive. Nem que por um bocadinho. Nem que uma ínfima parte. E penso em ti. Penso em ti, dando machadadas desesperadas em algo que nem sei se quero partir. Em algo que nem sei se quero ver partir. 

Salva-me. Quem quer que sejas, onde quer que estejas, Amor.



4. Genérico da carta magoada – a espontaneidade

4 de maio de 2015,

Genérico do que jamais se poderá generalizar - para os apaixonados inseguros.

Não posso dizer que espero que venhas a perceber o quanto gostas de mim, um dia, porque não quero ter de ser eu a esperar e esperar e desejar e querer uma coisa dessas. O amor não se força. O amor acontece. E se há que haver um esforço para se amar continuamente e sem barreiras, que seja feito pelos dois, até que se tornem um em propósito.
Se tudo isto fosse um conto de fadas escrito pelos homens, diria que, mais tarde, nos encontraríamos e tu perceberias que sou a mulher para ti. Mas eu não quero um conto de fadas escrito pelos homens. Porque o amor não é feito de epifanias. O amor é algo que se nutre continuamente, que se constrói; que se sente, que se vive. É muito mais do que estar perto de alguém, satisfazer carências. O amor é olhar para dentro. Sem medos, sem barreiras, sem preconceitos. 
E eu quero um amor assim. Eu sei que mereço um amor assim. Eu sei que todos merecemos um amor assim.
Ninguém precisa casar por conveniência ou tradição, ninguém precisa casar por aquilo que vê no exterior de alguém, ninguém precisa ser uma segunda escolha! Ninguém merece um "amor" assim. 

Mergulho intensamente na minha mente, que lateja de confusão. Parece um mar, onde, quanto mais nado para encontrar uma casa de sereias, mais percebo que jamais pararei de nadar, porque essa casa não existe. 
Prefiro ser uma baleia. Real. Consciente. Imperfeita, mas genuína.



5. Fazer acontecer – o renascer 

5 de maio de 2015, 

Em breve, o futuro deixará de ser apenas uma miragem. Sometimes courage is the quiet voice at the end of the day saying, ‘I will try again tomorrow. - Mary Anne Radmacher, Courage Doesn’t Always Roar (2009)


Pessoas incríveis entram na nossa vida e jamais queremos que saiam. Pessoas como tu. Pessoas cuja amizade é, por si só, o Amor. Pessoas cuja ligação é mais do que se pode exprimir completamente por palavras. Em breve, o futuro deixará de ser apenas uma miragem. Até lá e sempre, estarei aqui. Para ti. Para te apoiar, para te compreender, para te ouvir, para ser a pessoa que até agora fui. Só um pouco melhor, espero. 
Te gusto simplesmente. 
Por seres quem és.

domingo, 26 de abril de 2015

Seguir em frente, seguir o coração

"Segue em frente (...) segue o teu coração", disseram-me.
Seguir o meu coração é seguir o caminho que me leva a ti. Sem medo, sem hesitar. Seguir em frente é planear e prosseguir nesse caminho com a confiança de que te posso fazer feliz. De que me podes fazer feliz. De que podemos ser felizes juntos, aparte de dificuldades e barreiras físicas, materiais e/ou temporais. Se confiarmos, se arriscarmos, se gostarmos realmente um do outro - um gostar puro e sem premissas -, podemos fazer qualquer coisa. E se há muitas coisas das quais eu posso até duvidar, esta é uma das quais eu não duvido.
Seguir o meu coração é deixar fluir em mim as emoções e sentimentos que me despertas. Deixar que o preenchimento que me proporcionas mesmo estando longe se apodere de mim. Seguir em frente é confiar em tudo isto e perseverar.
É ter coragem.
É não desistir.
É não desanimar.

sábado, 25 de abril de 2015

Revelação de abril

A liberdade cheira a cravos
À paz de uma revolução
Que, não aparte de alguma adversidade,
Conduziu a uma mais forte nação

Não especialmente a uma força política,
social ou de cristais
Mas à (re)revelação de um povo
Que transpira nobres ideais

Simples grandes atos de coragem
Caracterizam de um homem o seu coração
O 25 de abril evidenciou
um Portugal de união!

domingo, 19 de abril de 2015

Ele está aqui

Eu amo o meu Salvador Jesus Cristo. Eu sei que Ele vive e que Ele me ama. Que Ele nos ama.
Eu sei que Ele nos guia, que Ele nos salva. Ele está aqui. Em cada esquina, em cada curva, em cada reta, Ele está aqui. Em cada barco, em cada voo, em cada queda, Ele está aqui. Não importa onde fomos, não importa o que fizemos, Ele está aqui. De braço no nosso ombro, ao nosso lado, à espera que nos voltemos para Ele. Ele é o presente, Ele é o exemplo a seguir. Porque nunca desiste. 
Jamais o fez e jamais o fará.
E como eu sou extrema e eternamente grata por isso.
#PorqueElevive #EleéOpresente #GraçasaEle #VindeaCristo #Embarcai

domingo, 29 de março de 2015

A Viagem

Corremeosanguenasveias.Sintocomosenãohouvesseamanhã.
Ou como se houvesse amanhã de mais.
Procuro ir ao mais profundo (-undo, -undo), ao cerne da questão.
Mergulhointensamente... no que me diz o coração.
Deixoaavalanchearrancardemimtudoaquiloquemeprende;
levarconsigoa neve de impedimentos que me poderia retrair.
E avanço. Avançoinsaciavelmente,intemperantemente.
Descubromedos, inseguranças,
devaneios,
irracionalidades
bemlánomeioescondidas.
Enfrentoasdescobertas com o que tenho. de mais. poderoso:
Oamor.
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

sábado, 14 de março de 2015

Sou fã

Sou fã das palavras sinceras. Dos abraços apertados, dos "gosto muito de ti", dos sorrisos sinceros, das gargalhadas que vêm do fundo da alma. Sou fã do "não deixar para amanhã o que podes fazer hoje", do olhar que ama e não mente. Sou fã do acreditar, do confiar, do lutar e não parar, do amar simplesmente. Sou fã da comunicação, da fé, da admiração, do crescimento, do desenvolvimento, do aperfeiçoamento. Sou fã dos laços, dos compromissos espontâneos, dos "corpos separados, corações juntos" e dos reencontros, por mais tempo que demorem a acontecer. Sou fã da felicidade eterna, da persistência, da naturalidade. Sou fã da interajuda, da calma, da paciência, da esperança, da inteligência. Sou fã do "és especial", do "comigo podes contar".
Sou fã do sermos nós mesmos.
Sou fã do presente e do preparar para o futuro.
Sou fã da liberdade.
Sou fã da vida.
Sou tua fã. Sou nossa fã.
 

segunda-feira, 2 de março de 2015

A personagem apaixonada

Apaixonam-na os lugares obscuros. Os lugares isolados nas montanhas, nos vales, na praia, nas festas coroadas de multidões; os cantos onde se sentam as pessoas sozinhas apenas porque é o que querem naquele momento. Apaixonam-na as mentes que emanam mistério mas resplandecem atividade: criatividade. Apaixonam-na os que ousam estar sozinhos a criar. Os que sabem, ao mesmo tempo, rir e pensar, viver e amar, interiorizar e, posteriormente, exteriorizar. Apaixonam-na os artistas incontroláveis, que não se contêm em gravar o que sentem, em transformar até mesmo o mais banal em Arte: as pessoas do quotidiano, que procuram compreender as coisas e retratá-las com profundidade. As que veem com simplicidade a complexidade, com complexidade a simplicidade; que vêm ambos os lados e ainda aquele que ninguém conhece.
 

domingo, 1 de março de 2015

Fragmentos de quem se deixa levar conscientemente

Sinto formigueiros na alma. Borboletas no estômago. Pássaros na mente. Tigres no coração.
Deixo-me levar pela escrita como uma folha solta se deixa levar pelo vento:
Deixo-me levar pela música como quem se apaixona eternamente: 
Deixo-me levar pela dança como uma onda leve em dias de mar calmo:
 
Sinto formigueiros na alma. Borboletas no estômago.
Pássaros na mente. Tigres no coração.
Deixo-me levar pela arte como quem passa creme na pele: 
Deixo-me levar pelo que sinto como quem se deixa levar pelo que sente;
 
Como quem sente formigueiros na alma.
Borboletas no estômago.
Pássaros na mente. Tigres no coração.
 
livre e sem destino.
gradualmente e por completo.
fresca e de mansinho.
 
repetidamente.
Felizmente. Universalmente. Incontrolavelmente.
 
 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pensar em ti?

Pensar em ti é pensar em doces, palavras e números. É pensar em cores, cheiros, sons e sabores; é pensar no que nos dá a vida. Pensar em ti é pensar em alegria, inteligência e amor; paciência, dedicação e humildade. É pensar que qualquer espera vale a pena. 
Pensar em ti é ter borboletas no estômago, sentir arrepios na mente, saber para onde caminhar. Pensar em ti nunca é apenas pensar em ti. É pensar numa vida inteira: no que já foi, no que será; no que é e no que fazer para melhorar. 
Pensar em ti é pensar em azul, dourado, roxo e laranja; pensar em sorrisos e olhares que brilham e jamais perdem a luz; em histórias que não se permitem a si mesmas acabar. Pensar em ti é pensar em mim e pensar em nós. Pensar em ti é pensar que a vida nunca acaba; que a eternidade é, realmente, algo que vai sempre existir. Que as estrelas não estão tão longe quanto se possa pensar. Que Tudo é possível de se conseguir.

Imaginação de alguém que não conhece para lá do horizonte

Há um alguém que não conhece o que há para lá do horizonte... Por isso, sentou-se a admirá-lo alienada e atentamente...:

Olho para o horizonte e o que vejo? Tudo. Tudo aquilo que não alcança o meu pensar. 

O que lá está? Não sei. Não sei, não sei, não sei. Mil e uma coisas que não fazem parte do meu mundo. Um reino surreal, adornado por uma cascata, pousado acima das nuvens. Um reino com monstros, corvos e dragões; perigo, fogo e brilhantinas; um príncipe e uma princesa em apuros na sua cabana de cartão; um rei que não sabe falar; uma hiena governadora.
O que lá está? Não sei. Talvez um mundo igual ao meu, com normas que não se cumprem, histórias que não se corrigem. Armas que empunham soldadinhos de chumbo, pequeninos, fáceis de manusear. Latas de fome cheias, corpos cheios de suor, vazios de sangue. Talvez lá seja o que existe também.

Olho para o horizonte e o que vejo? Tudo. Tudo aquilo que não alcança o meu pensar. 

Pedaços de esferovite, pedaços de algodão, pedaços de gente feliz, pedaços de gente triste, pedaços de coração. Arco-íris de duas cores, gigantes de pernas curtas, gomas e chupa-chups; uma varinha de condão.

Olho para o horizonte e não sei o que lá está. Não sei. Mas pareço saber - quando não sei o que fazer.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

I keep hittin' repeat

Completamente despenteada, enrosco-me em ti. Embalada por aquela canção que tem a batida perfeita. O som das ondas mistura-se na minha mente, os meus sentimentos já não são apenas meus. São de quem os quiser sentir. O toque da água a ondular por entre a minha mão não se desliga da minha almofada, o teu sorriso não se desliga do meu sonho. Os meus olhos não são meus, são nossos; nem o meu sangue me pertence só a mim. Olho para o teto como quem olha para o céu, sinto a atmosfera como quem sente o Sol. Mexo no cabelo como quem pinta uma tela, cria uma obra de arte. E enrosco-me em ti.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

A Luz

O evangelho de Jesus Cristo traz uma luz aos olhos das pessoas que não se acende realmente de nenhuma outra forma, em nenhum outro lugar. Traz uma luz que vive e faz viver. Uma luz que se mantém, que se entranha mas não se estranha, quase como se estivesse destinada a fazer parte de nós desde o início (e estava, na verdade; está, sempre esteve!). O evangelho de Jesus Cristo traz uma luz aos olhos e à vida das pessoas que torna possível o impossível, o sofrimento em esperança, o fardo em perseverança, o desafio em temperança. O evangelho de Jesus Cristo é renascimento, é (re)descobrimento, é vida. É a oportunidade que se julgava perdida, o caminho de volta quando se acreditava não haver uma saída. É o real exemplo do verbo "amar". É um evangelho de esforço e sacrifícios, de lágrimas e sorrisos; de fé e coragem, de conhecimento e aprendizagem; de aperfeiçoamento e confiança. Isto e muito mais, porque é verdadeiro. Porque uma pessoa não nasce a saber falar, não nasce a saber andar, não nasce a saber contar, ler, escrever. Ainda assim, cá estamos todos, a crescer e a evoluir, sabendo tão bem o que por vezes custa! Sabendo, no entanto e igualmente, a felicidade em que resulta. O evangelho de Jesus Cristo traz uma luz aos olhos das pessoas que não se acende realmente de nenhuma outra forma, em nenhum outro lugar... Uma luz que nos revela, que nos fortifica, que nos impele a continuar.

 
 

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Música. Família. Amor. Amizade. Escrita. A procura por mim mesma. Vida. E é a isto que se resume. Sintam-se à vontade por aqui and enjoy.

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