domingo, 25 de fevereiro de 2018

Talking to ghosts

Tão inesperada, tão repentina mas sempre tão certa: a morte. Se há algo de que todos estamos certos e conscientes é da morte, é do fim da existência cuja vivência ganha mais sentido por um dia deixar de existir. Mas o sentido é aquele que lhe damos, aquele que escolhemos. E tantas vezes fechamos os olhos à eminência da morte, fechamos os olhos porque há sempre tempo, há sempre o mais tarde, há sempre o amanhã. E há. Há sempre tempo, haverá sempre o amanhã. Mas não necessariamente para nós. A morte é tão eminente quanto o segundo após segundo após segundo do presente que se impõe e vai e é e corre e fica não ficando, acabando apenas por ficar no passado em que se transforma. Mas o passado é isso mesmo, o presente que deixou de ser presente, o futuro que futuro nunca foi, o passado é... Tão lá atrás. O passado é tão lá atrás quando a morte chega. E parece que foi ontem mas parece que já passou tanto tempo mas está tão presente mas está tão distante mas está tão é tão é tão... A morte. O valor que lhe damos quando a vida parece tão eterna ou tão segura ou tão legítima de ser vivida num "para sempre" que se perde em menos tempo do que o de um estalar de dedos... Não é. A vida não é nada disso. Contra a morte a vida só ganha ao aceitá-la, ao abraçá-la... Contra a vida só ganhamos ao aceitá-la, ao abraçá-la... Contra a morte e contra a vida só se ganha abraçando... Enquanto o corpo ainda vivo bombeia a alma em estado físico, pois brevemente deixará de o fazer. 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Todo eu . . . sou?

"Todo eu sou chuva.", lembro-me de pensar. Estavas no carro. Era de noite. Chovia e a sombra das gotas tinham-te como pano de fundo. Era como se estivesse um projetor apontado a ti com mil e uma gotinhas de chuva a preencherem os teus vazios. Vazios que eu nunca conseguiria preencher tal como agora podes tu sentir na pele - se fosse só na pele... Não me admira nada que gostes tanto de chuva. Da chuva que te compreende, que te faz sentir que é justo chorar. Que é justo morrer de amor, outras e tantas vezes de ansiedade também e voltar a viver. Ainda que com tempestades pelo meio. . . . Guardei apenas a primeira frase deste texto por alguns meses antes de voltar a escrever. Engraçado como com o tempo as palavras vêm. Ou pelo menos outras perspetivas que no presente já tornado passado nos permitem... Continuar a viver. Ou sobreviver. Será que pessoas como nós conseguem intimamente fazer mais do isso? Sobreviver? Espero que sim. Espero que sejamos capazes de continuar a viver. "Todo eu sou chuva"... Mas todo eu procura amar o Sol também.

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Música. Família. Amor. Amizade. Escrita. A procura por mim mesma. Vida. E é a isto que se resume. Sintam-se à vontade por aqui and enjoy.

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