domingo, 15 de abril de 2018

am[d)or

Arranquem de mim esta raiva e frustração antes que se transforme em morte. Transformem-me em amor. Transformem-me em amor. Sou amor, és amor, somos amor. Amor amor amor. Por favor, arranquem de mim esta raiva e frustração antes que se transforme em morte. Antes que a destruição do mundo venha até mim e leve com ela a dignidade de ser eu e não aquilo que querem fazer de mim. Pudesse eu ser conduzida pela Arte e transformaria a minha dor em amor. E sou. Da Arte sou filha. E por isso, posso. E por isso, sou. Sou amor. E a solidão de ser e sentir e viver e querer, este cansaço de querer viver, querer ser sentindo faz parte do caminho. Faz parte deste caminho de por vezes querer matar e por vezes querer morrer. Arranquem de mim esta raiva e frustração antes que se transforme em morte. Que morte, que morte, qual morte? Qual morte, que morte, qual morte? Por vezes há tanta morte e pouca vida mas sem toda a vida também não haveria toda a morte. Então talvez sem esta dor também não poderia eu ser amor. Este amor que sinto, este amor que recebo, este amor que também esperançosamente dou. Amor amor amor. Não há maldade no mundo que vença o amor. Porque o amor é o amor. E é o amor que nos cura. É ele que nos cura. É ele que nos cura... Sou amor, és amor, somos amor. Amor...

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Com Amor

Voltei a ouvi-las. As vozes. Mais um dia tão dia quanto um dia a menos. Cansam-me. Canso-me. Toda esta bagagem que me envolve. E se desabar? E se desabo? Posso? Posso desabar? É que aqui sinto-me isto, sinto-me assim, sinto até não sentir o tanto que sinto, sinto até desejar não sentir. 
Sorriso. Sorrisos. Tantas vezes são eles que me carregam. A simplicidade do que é belo e não tem preço nem cobrança. A beleza dessas coisas simples que me levantam da cama, que me permitem viver. E ao meu ritmo vou, ao meu ritmo encontro o passo. Encontro-me. O dia de amanhã no amanhã está mas por hoje, posso dizer a mim mesma que consegui. Posso dizer que me amei um pouco mais, que derrotei as vozes... Com amor.

terça-feira, 6 de março de 2018

Are we aloud to talk about this?

Já sei porque é que me perco de cada vez que acho que me encontro. Porque não me amo. E choro por não me amar. Mas não amo. Não me amo. Há mil e uma vozinhas dentro de mim que me dizem tudo aquilo que eu não consigo fazer. E que depois me repreendem por me fazerem pensar assim. Há mil e uma vozinhas que me relembram de todo o potencial que tenho para logo depois me esfregarem na cara que não sei o que fazer com ele. Esfregam no coração. Esfregam no corpo. Esfregam na alma. Já sei porque é que me perco de cada vez que acho que me encontro. Porque não me amo. E choro por não me amar. Mas não amo. Não me amo. Já sei porque é que me perco. Já sei porque é que não me encontro. É porque não me amo. Não amo, não me amo. E há mil e uma vozinhas, mil e uma versões de mim dentro de mim em mim que só me convidam a desaparecer. Convidam obrigam obrigam convidam a desaparecer. E quanto mais as conheço, quanto mais as conheço... Mais difícil se torna lutar, mais fácil se torna ceder.
A maioria das pessoas não entende que essas vozinhas existem. E o quanto conseguem ser poderosas. Mais poderosas do que nós. Vivem dentro de nós mas é como se tivessem vida própria. Somos apenas corpo. Somos apenas casa para elas, não somos lar. Somos apenas carne. Somos apenas. E apenas nem somos. E cada dia é mais um dia em que cada vez menos queremos ser. Porque quanto mais queremos ser, mais luta elas nos dão. Essas vozinhas. Essas vozinhas dentro de nós que não nos amam mas não nos largam. E não nos largam por não nos amar. O que será que lhes acontece quando já não somos nada? Quando de tanto querer ser não sendo, deixamos de ser? 

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Talking to ghosts

Tão inesperada, tão repentina mas sempre tão certa: a morte. Se há algo de que todos estamos certos e conscientes é da morte, é do fim da existência cuja vivência ganha mais sentido por um dia deixar de existir. Mas o sentido é aquele que lhe damos, aquele que escolhemos. E tantas vezes fechamos os olhos à eminência da morte, fechamos os olhos porque há sempre tempo, há sempre o mais tarde, há sempre o amanhã. E há. Há sempre tempo, haverá sempre o amanhã. Mas não necessariamente para nós. A morte é tão eminente quanto o segundo após segundo após segundo do presente que se impõe e vai e é e corre e fica não ficando, acabando apenas por ficar no passado em que se transforma. Mas o passado é isso mesmo, o presente que deixou de ser presente, o futuro que futuro nunca foi, o passado é... Tão lá atrás. O passado é tão lá atrás quando a morte chega. E parece que foi ontem mas parece que já passou tanto tempo mas está tão presente mas está tão distante mas está tão é tão é tão... A morte. O valor que lhe damos quando a vida parece tão eterna ou tão segura ou tão legítima de ser vivida num "para sempre" que se perde em menos tempo do que o de um estalar de dedos... Não é. A vida não é nada disso. Contra a morte a vida só ganha ao aceitá-la, ao abraçá-la... Contra a vida só ganhamos ao aceitá-la, ao abraçá-la... Contra a morte e contra a vida só se ganha abraçando... Enquanto o corpo ainda vivo bombeia a alma em estado físico, pois brevemente deixará de o fazer. 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Todo eu . . . sou?

"Todo eu sou chuva.", lembro-me de pensar. Estavas no carro. Era de noite. Chovia e a sombra das gotas tinham-te como pano de fundo. Era como se estivesse um projetor apontado a ti com mil e uma gotinhas de chuva a preencherem os teus vazios. Vazios que eu nunca conseguiria preencher tal como agora podes tu sentir na pele - se fosse só na pele... Não me admira nada que gostes tanto de chuva. Da chuva que te compreende, que te faz sentir que é justo chorar. Que é justo morrer de amor, outras e tantas vezes de ansiedade também e voltar a viver. Ainda que com tempestades pelo meio. . . . Guardei apenas a primeira frase deste texto por alguns meses antes de voltar a escrever. Engraçado como com o tempo as palavras vêm. Ou pelo menos outras perspetivas que no presente já tornado passado nos permitem... Continuar a viver. Ou sobreviver. Será que pessoas como nós conseguem intimamente fazer mais do isso? Sobreviver? Espero que sim. Espero que sejamos capazes de continuar a viver. "Todo eu sou chuva"... Mas todo eu procura amar o Sol também.

domingo, 28 de janeiro de 2018

S I L Ê N C I O S

Está tudo tão silencioso. Esta relação angustiante com o silêncio. Por vezes é tudo o que queremos. Noutras, parece que nos consome. Até que ponto será necessário chegar para não se querer chegar a mais lado nenhum? Quando é que a linha se torna tão ténue... É uma questão de segundos? É uma questão de meses, anos? Uma questão de tudo? Uma questão de nada? Teremos nós noção do quanto alguém consegue suportar antes de sucumbir? Teremos nós noção disso em nós próprios? Tantas perguntas e tão poucas respostas. Muitas vezes, o nada. Muitas vezes, o tudo. Palavras que se dizem e não se dizem no percurso do dizer. "Coisas" que se sentem e não se sentem no percurso do sentir. Sentir muito, não sentir nada. Extremos perigosos.

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Música. Família. Amor. Amizade. Escrita. A procura por mim mesma. Vida. E é a isto que se resume. Sintam-se à vontade por aqui and enjoy.

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