domingo, 25 de fevereiro de 2018

Talking to ghosts

Tão inesperada, tão repentina mas sempre tão certa: a morte. Se há algo de que todos estamos certos e conscientes é da morte, é do fim da existência cuja vivência ganha mais sentido por um dia deixar de existir. Mas o sentido é aquele que lhe damos, aquele que escolhemos. E tantas vezes fechamos os olhos à eminência da morte, fechamos os olhos porque há sempre tempo, há sempre o mais tarde, há sempre o amanhã. E há. Há sempre tempo, haverá sempre o amanhã. Mas não necessariamente para nós. A morte é tão eminente quanto o segundo após segundo após segundo do presente que se impõe e vai e é e corre e fica não ficando, acabando apenas por ficar no passado em que se transforma. Mas o passado é isso mesmo, o presente que deixou de ser presente, o futuro que futuro nunca foi, o passado é... Tão lá atrás. O passado é tão lá atrás quando a morte chega. E parece que foi ontem mas parece que já passou tanto tempo mas está tão presente mas está tão distante mas está tão é tão é tão... A morte. O valor que lhe damos quando a vida parece tão eterna ou tão segura ou tão legítima de ser vivida num "para sempre" que se perde em menos tempo do que o de um estalar de dedos... Não é. A vida não é nada disso. Contra a morte a vida só ganha ao aceitá-la, ao abraçá-la... Contra a vida só ganhamos ao aceitá-la, ao abraçá-la... Contra a morte e contra a vida só se ganha abraçando... Enquanto o corpo ainda vivo bombeia a alma em estado físico, pois brevemente deixará de o fazer. 

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