domingo, 17 de maio de 2015

Memórias

Sinto-me como se tu tivesses a chave para uma fechadura que eu nem sabia que existia. Uma fechadura que precisava dessa chave específica para se revelar. Essa chave abriu e abre constantemente algo que não se explica, só se sente. Por mais palavras, números, teorias e histórias que se pudessem criar, nunca seria o suficiente. É como se tudo ganhasse vida dentro de mim, cada órgão, cada molécula. É tão... Natural, tão... Inexplicável. Mas não me importa. Porque poderia sentir isto todos os dias e não compreender, não saber como explicar. Vale completamente a pena.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Meu amor.

Meu amor. Espero que ela te ame tanto ou mais do que eu am(o)ei. E do que queria amar. Espero que ela considere o estado abençoado em que se encontra por ter a oportunidade que não tive... Realmente. Espero que ela possa conhecer e valorizar tudo o que tens para oferecer, com todos os teus medos e inseguranças, aspirações e desejos, qualidades... Porque é o "pacote completo" que faz com que sejas a pessoa especial e única que és. Espero que ela não te magoe, porque sei o quanto sabes que isso é difícil. And I've been there too. More times than I wished, maybe. Espero também que sempre te mantenhas fiel a ti mesmo, a quem tu és, sem ceder a pressões ou falsas expectativas. Espero que não receies o futuro e olhes para ele como o tempo brilhante que será e sempre com os olhos da possibilidade. Porque é agora cada vez mais óbvio para mim que tudo muda mais rápido do que eu pensei ou alguma vez desejei que mudasse. Espero que ela possa realmente aproveitar bem os momentos e as horas que tem contigo, tanto ou mais do que eu sempre procurei fazê-lo. Dizem que só se valoriza quando se perde, mas se eu alguma vez te tive, posso afirmar que dei tudo o que estava ao meu alcance e vivi-te ao meu máximo, tendo em conta a situação em que nos encontrávamos. O que, apesar de querer ter feito muito mais - como já deves saber -, me deixa mais tranquila, de certa forma.
Quero que saibas, por fim, que estou a depositar em ti uma confiança que me dilacera por dentro. O que é um pouco egoísta de dizer talvez, eu sei. Mas acredito que entendes. É que... Desculpa, mas há situações em que, por mais racionalidade que queiramos aplicar (e acredita, acho que nunca quis ser tão racional em algum outro momento da minha vida como quero agora), só o viver cura. O passar do tempo, o chorar, o procurar coisas novas, o chorar mais um pouco, o distrair com o que nos faz bem, o enfrentar e sorrir, o deitar tudo para fora quando possível. 

Mas, enfim, estou bem. Estranhamente melhor do que pensava que conseguiria estar. Confio em ti. E confio no Seu plano para mim. Que mais posso dizer?

Se há amizades que se transformam em amor, há amores que serão sempre amizade.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Criação de uma paixão interrompida

Todos nós, num momento ou outro da nossa vida, já perdemos alguém. Mais ou menos vezes, mais ou menos repentinamente do que esperávamos. Se é que alguma vez se pode esperar perder alguém, realmente. Perder implica sempre mudança. Ou, pelo menos, introspecção. Perder implica sempre um esforço físico e emocional: o conseguir adormecer calmamente, aceitar as lágrimas e trazer de volta o sorriso; o conseguir não sentir dor, tristeza ou mágoa; deitar fora a dúvida, frustração, a insegurança. Perder implica um autocontrolo que nem sempre se alcança facilmente. Mas que se alcança, se for realmente essa a nossa vontade. Perder implica aceitação. Sermos sinceros, reais com nós mesmos. Ainda que isso implique que tenhamos de "enlouquecer" um pouco. Ninguém é de ferro. E ninguém precisa de o ser.

Criação de uma paixão interrompida pretende, de certa forma, retratar (simplificadamente, claro) esse processo de perda:  1. Prelúdio – a preparação, em que as nossas inseguranças falam mais alto e quase que "prevemos" que algo não continuará perfeito; 2. Vómitos – a confusão, em que nos vemos perante a situação que temíamos e não sabemos como reagir; 3. Sonambulismo consciente – o auge do cansaço, em que desesperamos perante a dor e o futuro desconhecido e só queremos deitar tudo o que sentimos para fora; 4. Genérico da carta magoada – a espontaneidade, em que começamos a querer aceitar o acontecido e começamos a entrar na fase de "cura" e, por fim, 5. Fazer acontecer – o renascer, em que se dá o aceitar, o início da cura, do sarar da ferida.

Claro que cada pessoa é única e cada situação é diferente, logo esta é apenas uma humilde possível representação e ponto de vista. Espero que o leitor possa deixar-se invadir pelas palavras que se seguem e que possa sempre lembrar-se de que jamais estamos sozinhos. Que somos guerreiros.

The sunshine comes even when it rains,
And even through darkness the morning comes again
I guess what I’m saying is that theres always something good that you can find
And to see it if you open up your mind
The bad will come and go,
But through is all theres constant light for us to follow


Ejay Mulitalo, canção Seeking What's Good


1. Prelúdio – a preparação

3 de maio de 2015, 

O amor não pode ser roubado, forçado, arrancado de alguém. Ou ele flui, cresce, vive naturalmente sendo amor ou já deixou de o ser. Tem de ser cuidado, nutrido continuamente; com serenidade, com clareza e, principalmente, com retribuição e relação de interdependência, em que são um só em propósito e estão dispostos a dar de si para complementar o outro e vice-versa. Porque... O que é o amor, se não uma fonte de felicidade da qual querermos beber e compartilhar com quem também nos oferece a bebida?
Amar é confiar. Confiar que, por vezes, há que dar um passo em frente. Confiar no que aquela pessoa nos faz sentir. Não outra. Aquela. Porque quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, e a única inocência é não pensar... Não pensar nos contras, no que agarra, no que nos prende na corda bamba. Amar não é uma corda bamba. Por mais altos e baixos que afirmem haver (e há, com certeza!), amar é o escapar dessa corda. Ter a certeza de que, juntos, não precisamos ter receio de não saber para que lado pender. Porque vamos saber. E, por vezes, é preciso ter coragem de fazer acontecer.



2. Vómitos – a confusão

4 de maio de 2015,

Quero vomitar palavras que nem sei que existem. Quero vomitar tudo o que está dentro de mim, mas não sei o que é. Para mim, é tudo uma incógnita.



3. Sonambulismo consciente – o auge do cansaço

4 de maio de 2015, 

Procuro desprender-me de ti como quem corta uma árvore sem arrancar a raiz. Prende-me a esperança, corta-me por dentro o saber que não fui o suficiente para ti. Que talvez nunca serei o suficiente. Prendem-me as memórias, as palavras, as emoções, os sentimentos. Mas cortam-me as incertezas, as inseguranças de não ter surtido o mesmo efeito em ti. Dentro de mim, sinto um remoer de conflitos que não sei como extinguir; uma ansiedade que me consome sem nunca me consumir. Porque ainda estás aqui, porque ainda não te perdi. Mas pergunto-me repetidamente se alguma vez sequer te tive. Nem que por um bocadinho. Nem que uma ínfima parte. E penso em ti. Penso em ti, dando machadadas desesperadas em algo que nem sei se quero partir. Em algo que nem sei se quero ver partir. 

Salva-me. Quem quer que sejas, onde quer que estejas, Amor.



4. Genérico da carta magoada – a espontaneidade

4 de maio de 2015,

Genérico do que jamais se poderá generalizar - para os apaixonados inseguros.

Não posso dizer que espero que venhas a perceber o quanto gostas de mim, um dia, porque não quero ter de ser eu a esperar e esperar e desejar e querer uma coisa dessas. O amor não se força. O amor acontece. E se há que haver um esforço para se amar continuamente e sem barreiras, que seja feito pelos dois, até que se tornem um em propósito.
Se tudo isto fosse um conto de fadas escrito pelos homens, diria que, mais tarde, nos encontraríamos e tu perceberias que sou a mulher para ti. Mas eu não quero um conto de fadas escrito pelos homens. Porque o amor não é feito de epifanias. O amor é algo que se nutre continuamente, que se constrói; que se sente, que se vive. É muito mais do que estar perto de alguém, satisfazer carências. O amor é olhar para dentro. Sem medos, sem barreiras, sem preconceitos. 
E eu quero um amor assim. Eu sei que mereço um amor assim. Eu sei que todos merecemos um amor assim.
Ninguém precisa casar por conveniência ou tradição, ninguém precisa casar por aquilo que vê no exterior de alguém, ninguém precisa ser uma segunda escolha! Ninguém merece um "amor" assim. 

Mergulho intensamente na minha mente, que lateja de confusão. Parece um mar, onde, quanto mais nado para encontrar uma casa de sereias, mais percebo que jamais pararei de nadar, porque essa casa não existe. 
Prefiro ser uma baleia. Real. Consciente. Imperfeita, mas genuína.



5. Fazer acontecer – o renascer 

5 de maio de 2015, 

Em breve, o futuro deixará de ser apenas uma miragem. Sometimes courage is the quiet voice at the end of the day saying, ‘I will try again tomorrow. - Mary Anne Radmacher, Courage Doesn’t Always Roar (2009)


Pessoas incríveis entram na nossa vida e jamais queremos que saiam. Pessoas como tu. Pessoas cuja amizade é, por si só, o Amor. Pessoas cuja ligação é mais do que se pode exprimir completamente por palavras. Em breve, o futuro deixará de ser apenas uma miragem. Até lá e sempre, estarei aqui. Para ti. Para te apoiar, para te compreender, para te ouvir, para ser a pessoa que até agora fui. Só um pouco melhor, espero. 
Te gusto simplesmente. 
Por seres quem és.

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Música. Família. Amor. Amizade. Escrita. A procura por mim mesma. Vida. E é a isto que se resume. Sintam-se à vontade por aqui and enjoy.

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Meu amor!

Deixa que o poder dos sentimentos opere em ti. Desliga-te de qualquer teoria e pré-concepção. Deixa a descoberto as tuas defesas. Sê como o...

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