segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Alguém

Barreiras oh barreiras. Todos nós as temos. Cada um à sua maneira. Protegemo-nos da dor alimentando a dormência de não sentir mais do que aquilo que podemos controlar. Temos as emoções e as sensações à flor da pele. Tanto as físicas como as que vêm de dentro. Lutamos contra o que outrora ganhou tudo de nós e nos levou a perder a confiança em algo que pode durar. 
Medimos cautelosamente tudo no que toca a possíveis ligações que perdurem mas agimos como se o que o momento nos dá nos pudesse saciar. Protegemos-nos uns aos outros enquanto nos protegemos a nós próprios. Mas... No fundo... Acabamos desprotegidos na nossa busca controlada de proteção. 

Por mais que ergamos muros, há sempre uma parte de nós, ainda que ínfima, que espera e anseia que alguém venha e seja persistente o suficiente para quebrá-los. 

Queremos alguém que nos conheça e que nos procure continuamente conhecer. 
Alguém que consiga fazer as perguntas certas no momento certo, que não tenha medo de olhar para ti como quem olha para dentro da tua alma. 
Alguém que beije  e abrace intensamente, alguém que se deixe abraçar e beijar da mesma forma.
Alguém que queira estar ali tanto como tu. 
Queremos alguém que seja capaz de nos fazer rir, sorrir, alguém que seja capaz de nos provocar e que não tenha medo de arriscar sentir por nós. 
Queremos alguém que nos faça não ter medo de sentir. Que nos faça sentir. Tanto aquela sensação inesperada cá dentro quando percebemos que somos colocados a descoberto, como aquele arrepio de quem nos sussura ao ouvido e nos beija o pescoço, nos beija atrás da orelha, de quem nos mexe no cabelo, de quem sabe como nos seduzir e fazer querer mais. 

Mais de tudo. 
Mais de si, mais de ti, mais de mim, mais de nós. 
Queremos alguém que nos faça não querer mais ninguém. Queremos ser esse alguém também. 


E sabem que mais? Não consigo deixar de acreditar que esse alguém existe. Não consigo deixar de pensar que sou capaz de ser esse alguém para outro alguém. Não consigo deixar de pensar que somos todos alguéns. Este tipo maravilhoso de alguéns

Falo por mim. E falo por quem como eu assim se sentir. Sim, yeah, até poderia ser apelidada de ingénua ou hopeless romantic. Mas não. Sou pelo Amor. Sou pela bebedeira sóbria da paixão com admiração amorosa. Que nos faz voar, nos conduz às nuvens e não vem com pára-quedas. 

Climb on board. We'll go slow and high tempo. 
Light and dark. Hold me hard and mellow.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Talvez

Passar perto o suficiente para sentir o perfume mas não saber o nome. Cruzar no mesmo sítio a cada dia mas não saber a idade. Decorar a forma do sorriso e do riso mas não conhecer as suas razões. Saber qual a comida favorita mas nada saber sobre o sabor do beijo. Querer-te-á longe. Querer-te-á longe mas perto. Perto o suficiente para a conheceres como ela te conhece, mas longe o necessário para que não a possas magoar. Ou envolver. E para que ela não te possa fazer o mesmo. Vai fugir. Vai fugir de expetativas como quem foge da cruz. Vai fugir de envolvimentos como quem sempre se deixa envolver. E se algum dia ela chegar... De mansinho... Não a deixes estar, porque vai deixar marca e muito provavelmente não vai ser capaz de ficar. Ou tu vais deixar marca e não vais ser capaz de ficar. É que,..

Talvez ela tenha nascido
para Ser

livre
um quarto desarrumado
uma pessoa apressada e atrasada
uma beleza destrambelhada
uma rajada de vento sem direção certa
uma onda do mar que soa a paz, mas rebenta com fugacidade: alisa a areia mas leva parte dela consigo: vem até terra mas ama o mar, aquela imensidão sem fim à vista, sem obstáculos pelo meio mas cheia de vida

Talvez ela seja

aquela viagem noturna de carro pela Europa em que só se veem planaltos e um imenso céu escuro cheio de estrelas sem luzes artificiais que as ofusquem

- ou talvez - ela seja - 

aquele céu escuro com pequenas grandes fontes de luz que emanam esperança e a alimentam de amor.

E... Sim.
No fundo, talvez ela seja apenas isso...

Amor. 

Amor que não vem, amor que não chega, amor que vem, amor que vai mas partilha, amor. Amor que dói, amor que fortalece, amor que se fecha, amor que se revela, amor que acredita, amor que vive...
Amor.

Talvez seja só disso que ela precisa...

Amor.

Mas se algum dia ela chegar... De mansinho... Certifica-te bem do que queres... Ou não a deixes estar. Porque vai deixar marca e muito provavelmente não vai ser capaz de ficar. Ou tu vais deixar marca e não vais ser capaz de ficar.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Pain demands to be felt

Pain demands to be felt.
Um dia perguntaram-me porque é que todas as minhas canções foram criadas quando estava magoada. Eu respondi que não sabia mas que provavelmente seria porque podia usar toda a minha dor, tudo o que me magoava e transformá-lo em algo bonito. E sim. Muito provavelmente essa é em grande parte a razão pela qual crio seja o que for quando me dói cá dentro. Porque a dor exige ser sentida. E eu exijo senti-la. Aliás, eu preciso senti-la. Preciso exteriorizá-la intensamente e com todas as minhas forças. Eu não romantizo a violência nem a dor (já me basta romantizar a minha vida), mas procuro fazer dela alguma forma de beleza que me acalme a alma. Prefiro resolver-me assim. Associar uma peça de mim mais... bela... A cada parte do quebra-cabeças que é a minha vida.

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Música. Família. Amor. Amizade. Escrita. A procura por mim mesma. Vida. E é a isto que se resume. Sintam-se à vontade por aqui and enjoy.

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