sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lê-me

Só te peço que me leias.
Só te peço que me leias como quem lê Fernando Pessoa no sofá de um centro comercial. E acredita, sei que isso é possível, porque o vejo a acontecer mesmo aqui à minha frente enquanto me sento num sofá semelhante em feitio, igual em utilidade: três pessoas brasileiras - duas mulheres e um homem - com idades já sábias que leem Fernando Pessoa no meio do rebuliço, como quem encontra e aprecia profundamente a brisa no meio do deserto.
Só te peço que me leias.
Quero que me leias.
Quero que me leias como quem lê verdadeiramente Fernando Pessoa num centro comercial:
alheio ao barulho, alheio às lojas, alheio às secções das unhas de gel e outras atividades estéticas que chamam tanto a atenção.
Que me leias:
com vontade, com desejo, com respeito, com "jeitinho";
Só te peço que me leias com atenção.
Com olhos de ler, com olhos de compreender, de entender, de mergulhar, de procurar. De... descobrir.
Só te peço que me leias.
Só quero que me leias.
Como quem lê Fernando Pessoa num centro comercial.

P.S. prometo ler-te assim também se me deixares. amarei ler-te.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

E viva a ironia

Atirem pedras! Atirem ao mar! Atirem ao ar! Atirem sem pensar! Deixem-se envolver pelos furacões e tornados para mais tarde perceber que a calmaria era tudo o que importava realmente! Deitem cá para fora. Deem importância ao que nada importa, troquem a paz de uma vida eterna pelo prazer de um momento de orgulho. Deixem-se levar pela autoridade, o rei na barriga que grita "eu posso, quero e mando!". Deixem. Deitem. Atirem.
Cansem o espírito. 
Cansem o corpo.
Mas deixem-me.
Deixem-me descobrir quem sou. Deixem-me saber quem sou. Deixem-me amar quem sou. 
Deixem-me fora disso. Deixem-me descansar.
Porque com o tempo me tornarei mais forte. 
Porque sei o que quero. Sei para onde quero ir. Sei onde quero chegar.
E sei que serei feliz no meio desta corda bamba que é a vida.

Continuem a dar valor ao que nada importa. 
Só... Continuem. 

E viva a ironia.

domingo, 12 de julho de 2015

Percorro

Percorro estes caminhos
Sem destino
Sem medo do que possa encontrar
Porque em mim
Se encontram todos os caminhos do mundo
Mais aqueles com que aprendo a lidar
Em mim
Encontram-se todos os puzzles
De um mundo
Que só se encontra em mim
Percorro
Percorro estes caminhos sem destino
E encontro
Encontro sem medos
Aquilo que sempre se pôde encontrar em mim
Porque em mim
Todos os enredos de um mundo se encontram

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Renascer

Mergulho fundo. Entre suster e não suster a respiração, luto para perder os sentidos que me mantêm desperta. Alerta. Não me quero importar. Quero fechar os olhos e sentir a água percorrer-me o corpo, massajar em mim todos os pontos fracos, pontos fortes, atenuar em mim todas as sensações.
Quero escapar. Escapar de algo que não tem escape, escapar de algo do qual não quero ter de escapar sem retorno. Quero viver sem sentir o que sente quem não quer sentir.
Mergulho fundo. Deixo ter em mim todos os sonhos do mundo. Quero ter em mim todos os sonhos do mundo sem me comprometer. Mergulho fundo. Respiro fundo e deixo a água invadir-me por completo os pulmões do submundo. Deixo-me afogar. Morro. E assim volto a viver. 

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Música. Família. Amor. Amizade. Escrita. A procura por mim mesma. Vida. E é a isto que se resume. Sintam-se à vontade por aqui and enjoy.

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