Disse-me "tchau" tratando-me pelo nome e nunca mais voltou. Foi um beijo, um único beijo, despediu-se como se nos fôssemos ver no dia seguinte e nunca mais voltou. Talvez deliberadamente, talvez porque se distraiu, talvez porque morreu... Não sei... Simplesmente, porque ela nunca mais voltou. E, não sabendo para onde foi, lá a segui à minha maneira. Não sabendo se morreu, morri um pouco com ela.
Sempre foi um ser peculiar. Com a passagem dos anos, do tempo, só aprendeu a abraçar essa sua parte inevitável. Talvez por ser inevitável, fosse tão mortífera. E talvez por ser tão tóxica, a tenha ela abraçado. Porque não podia ser de outra forma. E era um tóxico tão doce, tão ingenuamente marcado pela doçura, que... Talvez fosse por isso que se tornava impossível não morrer.
De todas as vezes que a encontrei, senti aquilo que sentem as pessoas perdidamente apaixonadas. Perdido... E tão preenchido... Simultaneamente. Era como se, perfeitamente consciente, escolhesse nadar para fora de pé. Ir para alto mar, ciente da tempestade alheia à minha força, alheia à minha vontade, mais uma vez impossível - sempre impossível - de controlar. Ela era uma tempestade. E se vive, ainda o é.
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