- Olá!
- Olá.
- Vais para onde?
- Paragem de autocarro.
- Posso acompanhar-te?
- Claro, obrigada.
- Não agradeças. Como estás?
- Estou.
- Estás...
- I'm a freak person, I think you don't really want to know me.
- I like freak people.
- So you like everyone. Everyone is freak but not equally.
- Not really... I'm not getting the point... Sorry.
- That's the point. Não me peças desculpa.
Silêncio. O vento bate-nos na cara, os postes da luz iluminam a noite. Lembro-me do quão bela é Angra do H., principalmente naquela hora. Ele acompanha o meu passo de uma forma exemplar. Quebrando a barreira da falta de palavras, muda de assunto:
- Então... Como foi o teu dia?
Sorrio. Não pela sua pergunta, mas pela resposta instantânea que me vem à mente.
- Não sei.
- Ahh... Ok. Estás a tentar afastar-me?
Rio-me mentalmente daquela forma típica e já repetitiva que continuo a desconhecer. Será ironia? Desilusão? Eu sabia. Sabia que ele não compreenderia.
- Eu? Sabia que não compreenderias.
- Não consegues dar-me uma resposta concreta?! Compreender o quê?
- Dar-te-ei uma resposta concreta depois de encontrar uma para mim mesma, está bem? Eu sou assim. Eu estou assim. E cansei-me de tentar adaptar-me e seguir a multidão. Se isto, se eu afasto as pessoas, não sei. Não é com intenção. Tenho consciência de que deixar de seguir a multidão não fará simplesmente com que me destaque. Continuarei a ser e a sentir-me mais uma na multidão e provavelmente acabarei sozinha. Esperemos que, pelo menos, encontre a minha paz.
- Nunca estás sozinha. Nunca estarás sozinha. Tens Deus and probably, you are going to have me.
- Tu não me conheces. Isto é apenas o início.
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