Creio que é impossível saber a posição que ocupamos no universo. Seja a que nível for. Seja no universo de que os astrónomos falam, seja no universo que existe em cada pessoa. Eu pelo menos sinto que existe um universo em mim. E para mim, cada pessoa é um universo parte de um universo ainda maior.
É difícil entender que posição ocupamos no universo do outro, ainda que seja menos difícil perceber que posição o outro ocupa em nós. Não é estranho? Aceitarmos que o outro se entranha em nós mas ser quase impensável acreditar que é possível sermos entranhados no universo de outro alguém.
Se nada se perde e tudo se transforma, para onde vai tudo aquilo que fica por dizer? Ou por fazer? Será possível que a posição do outro em nós durante uma vida seja o suficiente para manter vivo tudo o que se transforma e não se perde, com base na falta - nascida de uma presença tão valiosa - que esse mesmo outro nos faz? Será um legado? Será por isso que estamos todos ligados? Será disso que o universo é feito no final de contas?
Creio que é impossível saber a posição que ocupamos no universo. Mas consigo reconhecer, sentir e viver a posição e o impacto que várias outras pessoas ocupam em mim. Que vários outros universos ocupam em mim. E sou grata por isso. Independentemente dos moralismos e das diferenças. Neste universo que existe em mim, no universo que eu sou, aceito que cada ganho e cada perda, cada chegada e cada ida, é no final de contas, transformação.
Agradecer, agradecer, agradecer.
E viver.
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