Como te posso conhecer, se só te vejo? Se só te vejo a cor, se só te sinto o cheiro, se tudo o que de mais íntimo tenho acesso em ti é o sabor? Como te posso eu conhecer, então? Se tudo o que tenho de ti é a imagem que me transmites, com a qual me envolves, com a qual me prendes? Quero mais. Preciso de mais. Nunca me irei contentar com menos. Com tão pouco. Quero mais do que os jogos de reflexos e sombras, esse puzzle cujas peças transmitem apenas a imagem do que somos, do que supostamente somos. Quero conhecer todos os teus sentidos com todos os meus sentidos. Todos os nossos sentidos. Os metafísicos, os transcendentais, sobrenaturais. Quero mais do que aquilo que me dá a carne. Preciso de mais. Jamais me contentarei com menos. Jamais me contentarei com menos do que ter-te por inteiro.
Jamais.
Jamais.
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