Escrevia-me. Escrevia-me imenso. Mesmo quando não me lia, escrevia. Quando não me conseguia ler, escrevia. Hoje não me escrevo tanto. Mas quando escrevo, acabo sempre por me ler de alguma forma. A cada passo, algo se desembrulha em mim como se de repente estivesse viva outra vez. E estou. Será que estou? Espero estar.
É que antes escrevia-me. Escrevia-me imenso. Mas o antes passa tão rápido e custa-me acompanhar. Por momentos, no dia-a-dia, custa-me acompanhar. No espaço e no tempo, custa-me acompanhar. Mas tento. E continuo. Pouco ou muito, continuo a tentar escrever-me. Talvez um dia me consiga ler também. Até lá... Escreverei.