É tão fácil perdermo-nos na rotina... No stress... Nas tarefas, no que os outros querem que nós façamos, no tic-tac dos relógios, nas notificações constantes; nos números que aparecem nas pautas, nas palavras, nas regras que temos de saber, que temos de escrever, que temos de ler, que temos de aplicar...
É tão fácil perdermo-nos no que outras pessoas decidem por nós, definem por nós, esperam de nós. É tão fácil perdermo-nos no que outros que muitas vezes sabem pouco mais do que o nosso primeiro (e com sorte último) nome, que muitas vezes sabem pouco mais do que o número que vêem numa lista seja ela telefónica, académica... É tão fácil deixarmos que essas pessoas influenciem aquilo que sentimos, aquilo que fazemos, aquilo que supostamente queremos, quando... No fundo, não é nada disso... Não é nada assim.
Os dias voam, os anos passam... E depois? Depois fica o quê? Acabamos o curso do qual 50% da teoria é esquecida, (com sorte!) arranjamos emprego na área que tanto queríamos, (com um pouco "menos" de sorte, arranjamos um trabalho)... As pessoas que antes tanto afetavam o nosso presente tornam-se parte do passado, continuam a fazer a vida delas e vêm outras: o patrão que um dia pode decidir reduzir staff, alguém que conhecemos numa suposta qualquer atividade de escape à violência do dia-a-dia que decide gritar connosco... Etc, etc. E assim, num ciclo vicioso, enganamo-nos a nós próprios, resignamo-nos e aceitamos. Aceitamos o inaceitável.
Aceitamos o inaceitável.
Vamos todos morrer. Será que já pensámos nisso... Realmente? Será que pensamos nisso?
Aceitamos o inaceitável!
Deixamos de dizer "não", deixamos de dizer "basta".
Mas.. E depois?
Como é que reencontramos quem nós somos?...